Hoje sinto-me... Verde garrafa!
Preciso de tempo! Não sou muito exigente, pelo menos na
maioria das coisas, mas de tempo preciso…
Faz-me falta, o tempo… Tempo para mim! Tempo para os
meus filhos! Tempo para a minha família! Tempo para as minhas coisas! Tempo
para os meus amigos! Tempo para relaxar! Tempo para cuidar! Tempo para ser
cuidada! Tempo para dormir! Tempo para sonhar! Tempo para apreciar o que a vida
tem de bom para me oferecer!
Se calhar não é só o tempo que me faz falta… Se calhar
é um conjunto de requisitos, entre os quais estará o tempo… Ou então serei eu
que não sei gerir bem o meu tempo… Ou então é o próprio tempo que se me escapa
por entre os dedos e quando eu dou por ela… Pffff, já se foi! O momento passou!
Trago dentro de mim esta inquietude que me desgasta,
me consome, me corrói por dentro, a par da culpa, esta culpa que transporto
sempre comigo no marsúpio, o peso de uma responsabilidade que carrego como se
estivesse permanentemente em transgressão… Como se houvesse algo que eu pudesse
fazer e não o faça por um qualquer motivo… Como se pecasse por negligência,
incúria ou desmazelo… Ou como se tivesse cometido um crime, um daqueles crimes
sem perdão nem remissão, que não se podem confessar e se carregam aos ombros, qual Atlas carregando o peso do mundo…
Em mim habitam sentimentos de abandono e de desamparo
e, ao mesmo tempo, de excesso de zelo e de preocupação pelo mundo que me
rodeia… Não sei o que me falta, não sei o que espero ou quero, apenas sei o que
não quero, e contudo desespero por esta dor atroz que em mim se instalou, e não
há meio de partir…
Quando à noite fecho os olhos, vejo imagens que não
quero ver, penso em coisas que não quero pensar, sonho o que não quero sonhar…
E então acordo sem ter descansado… E não quero… Não quero dormir nem quero
acordar…
Só quero tempo… Tempo de paz, tranquilidade,
serenidade… Tempo de amor… Tempo de qualidade… Tempo… E felicidade!
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