Hoje sinto-me... Rosa!


Uma vez disseram-me que uma pessoa só se conhece verdadeiramente a si própria quando é forçada a olhar para dentro de si… Como, por exemplo, quando tem de pensar no que gostaria que fosse o seu obituário…
Na altura não liguei muito a esse assunto… Ou, aparentemente, não terei ligado, porque a verdade é que depois, muito depois, diga-se, comecei realmente a pensar…
Não é que eu ligue muito ao que a maioria das pessoas pensa de mim, do que fiz, faço ou deixei por fazer… Mas após o meu desaparecimento, sei que gostaria que dissessem algumas coisas… De preferência bonitas! Preocupo-me com o meu legado às gerações futuras, e quero que seja um legado gracioso e digno, capaz de refletir o que eu fui e representei em vida…
E, posto isto, deitei mãos à obra, que é como quem diz, comecei a pensar a sério nesta coisa que é fazer um obituário…
Depois de muito me espremer, consegui chegar a um conjunto de características que acho que tenho e que penso que poderá vir a ser o meu legado terreno, que resumidamente poderão definir-se numa só palavra: intensamente!
Consigo até visualizar a inscrição na minha lápide com os seguintes dizeres:

“Aqui jaz uma pessoa que viveu intensamente, trabalhou intensamente, sorriu intensamente, gargalhou intensamente, desejou intensamente, sofreu intensamente, amou intensamente, deu intensamente, arriscou intensamente, perdeu intensamente e, sobretudo, sentiu intensamente! Porque pior do que perder intensamente, é viver pela metade, amar pela metade, sofrer pela metade, arriscar pela metade e, um dia, olhar para trás e pensar que se perdeu metade da vida… E a outra metade também…”
 
Achei bonito! Parece-me bem! É isto que eu quero ver na minha lápide!
Ah, só mais uma coisinha: eu não vou ter lápide nenhuma! Isto porque quero ser cremada, feita em pó para ao pó regressar… E as minhas cinzas? Nenhuma especificação em particular… Afinal, o que interessará isso????

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