Hoje sinto-me... Laranja!

Julguei já não passar pela fase de vir a escutar novamente: “não és tu, sou eu!”.
Mas a provar que nunca é tarde, eis senão quando ela surge uma vez mais na minha vida…
Uma surpresa, afinal. E um bom sinal: sinal de vitalidade, sinal de que estamos vivos até ao último suspiro…
Para mim é ainda sinal de que é tempo de recomeçar uma vez mais, só para que não me dê vontade de adormecer à sombra da bananeira… E grande é a tentação…
A vida é feita de recomeços, de fins e de princípios. As fases sucedem-se, umas portas fecham-se, umas janelas se abrem… Tudo num continuum, num eterno continuum que parece não terminar nunca…
Ainda bem que é assim… Não estou preparada para assentar… A minha alma cigana insiste em debater-se quando se sente aprisionada. Ela empurra-me constantemente para fora das minhas confortáveis fronteiras…
Na verdade não sei exatamente o que ela pretende de mim. Mas sei que deixá-la à solta é a melhor solução: ela vai por aí, livre e desperta, procurando o seu caminho, levando-me de rojo atrás dela, obrigando-me a recomeçar, recomeçar sempre, noutro sonho, noutro lugar…
Às vezes ambiciono chegar. Às vezes quero chegar a algum lugar que seja aquele, que seja o meu, e que o sinta como tal…
Mas logo dou por mim, inquieta e insaciável, a olhar à volta… “Ainda não é isto! Ainda não é aqui…”

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