Hoje sinto-me... Castanha!



Parece que ele vem por aí abaixo… Deve ser o costume: a encomenda para fazer estragos! Afinal ele não sabe fazer outra coisa…
Há quem se encolha de medo… Há quem sorria de terror… Há quem trema de pânico… Coisa boa não será…
E eu pergunto-me de onde nos vem esta sede de tragédia que transportamos connosco, esta tendência para ver mais negro do que o negrume natural, de sofrer por antecipação…
O que for será! A verdade é que as tragédias reais não se fazem anunciar, senão estaríamos todos preparados. Não me consta que o tsunami de 2004 tivesse avisado… Que os grandes sismos que derrubam edifícios e cidades nos tenham advertido antes: “hei, atenção que agora isto vai tremer um bocado…”
Mas não! O que tem de acontecer simplesmente acontece e pronto! E a seguir vem a bonança! E nós ajustamo-nos, adaptamo-nos, porque é assim que tem de ser.
O que não significa que não haja esforço envolvido… Nem dor… Nem danos… Possivelmente haverá tudo isso! E para isso nunca estamos preparados…
Às vezes sinto uma pontada de terror… São momentos raros, mas sempre que penso no futuro, no meu futuro, no futuro dos meus filhos, acontece-me o mesmo: uma enorme pontada no coração e eis que este galopa a alta velocidade… Fico com dificuldade em respirar e tenho de lutar para não deixar desenvolver o ataque de pânico…
Sim, sei do que se trata: os ataques de pânico de que comecei a padecer há poucos anos, quando me apercebi de que a vida, a minha vida, não mais seria o oceano de paz e tranquilidade onde julguei que me movia…
Da primeira vez, achei que estava a morrer de ataque cardíaco… Senti dor, não conseguia respirar, o coração queria saltar-me de dentro do peito e eu não tinha mão nele… Comecei a desfalecer e lembro-me de ter pensado “então é isto a morte”, enquanto me deixava cair lentamente… Mas não, afinal não morri…
Essa foi apenas a primeira de muitas outras situações… De certa forma, aprendi a controlar-me… Achava eu… Mas o certo é que, quando penso no futuro, o meu coração galopa! Não há volta a dar! O pior é que pensar no passado também não me resolve nada, certo? Portanto comecei a concentrar-me no presente! Na verdade não temos mais nada! Só o presente!
E se é ou não risonho, não importa. É o que é, é o que há! Só temos isso! Portanto, temos de levantar a cabeça e olhar em frente fixamente, enfrentando os nossos demónios… Por mais que custe, por mais que doa… Eles estão aqui, agora…

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