Hoje sinto-me... Rosa!

Gostaria de descrever o prazer real que sinto em cada passada das minhas caminhadas diárias… Mas não consigo! É daqueles prazeres que só sentindo na pele…
A verdade é que não sou grande fã do exercício físico pelo exercício em si… Gosto essencialmente da sensação que fica “depois”, aquele momento em que tomamos um duche e sentimos realmente o poder do relaxamento após o esforço muscular… E sempre foi assim nas minhas idas ao ginásio, excetuando, claro, as minhas aulas de dança! Essas sempre me proporcionaram grande prazer, em cada momento.
Mas aqueles momentos de treino em aparelhos, céus, haverá mesmo quem goste daquilo????? Para mim sempre foram pequenos momentos de tortura, em que me esforçava por terminar rapidamente para, isso sim, desfrutar do meu belo banho…
No entanto com as minhas caminhadas, tal como com as aulas de dança, sinto um verdadeiro prazer com cada pequeno passo. Adoro e procuro vivenciar cada movimento com grande alegria, aproveitando para libertar corpo e mente de todas as tensões e angústias que me afligem.
Assim foi hoje! Ao sair de casa, deparei-me com um dia um pouco enevoado, com previsão de chuva para o final da tarde. Nada de especial, portanto. Após os primeiros 5 minutos de caminhada rápida, levantei a cabeça para apreciar os edifícios que bordejam os caminhos que diariamente percorro.
E, de repente, vi-os ali! Num determinado prédio, em cada janela, havia um pombo! Ali estavam, em posição de estátua, muito quietinhos, provavelmente no rescaldo da noite passada ao relento. Usavam o rebordo das janelas como poleiro, e ali permaneciam imóveis. Uma imagem engraçada, que fotografei na minha memória!
De imediato associei aquele comportamento aos “meus pombos” do Chile. Eu “tinha” um casal de pombos na minha janela, e acordava de manhã com eles a arrulhar apaixonada e despudoradamente… E como eu adorava aquele arrulhar amoroso… Quase me apetecia ser também uma pomba apaixonada…
E um dia nevou e os “meus pombos” fugiram… Fiquei triste, estava já acostumada à sua companhia, ao seu arrulhar… Tive de esperar até à primavera para os ter de volta à minha janela!
Mas hoje senti-me transportar de novo para Santiago, para os “meus pombos”… Gosto de pombos! Gosto de cidades com pombos! Gosto de janelas com pombos! Gosto do sítio onde vivo, porque tem árvores, pássaros que chilreiam e pombos! Muitos pombos! Estou feliz!

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