Hoje sinto-me... Violeta!
“Conheço esse pescoço de algum lado”, foi o alegre comentário que
ouvi imediatamente atrás de mim. No meio da multidão não pensei que o meu
pescoço fosse reconhecido, mas assim foi…
Não consegui evitar um grande
sorriso e, ao virar a cabeça, identifiquei a pessoa que fizera o comentário.
Cumprimentámo-nos alegremente, afinal o ambiente era de festa, e nas festas há
que estar alegre. Trocámos algumas larachas sem importância e rapidamente a
multidão nos apartou…
Fiquei a pensar no meu pescoço e
no facto de ele ter sido reconhecido por trás… O que me levou a pensar se seria
o pescoço ou a nuca, ou ambos, ou nenhum… Poderia ter sido apenas o reconhecimento
da voz associado “àquele” pescoço em particular…
E de repente senti-me
transportada a uma outra época em que, passeando alegremente na baixa lisboeta,
ouvi uma voz, também por trás de mim, que me dizia: “bem me parecia que conhecia essas pernas de algum lado…”
Claro que foi numa época em que
eu exibia as minhas pernas em juvenis saias mais ou menos curtas… E agora
exibo-as em cómodas calças mais ou menos curtas – o que não deve dar para
reconhecer nada, digo eu…
De qualquer forma, vá lá, ainda
há quem me reconheça – quer seja pela voz, pela gargalhada ou pelo pescoço… E
isso é bom, não é? Porque deve ser muito triste andar por este mundo e não ser
reconhecido por absolutamente nada que nos pertença… Nem sequer pelo pescoço!
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