Hoje sinto-me... Antracite!



O Natal é das crianças e para as crianças! Ainda me lembro de pensar, quando era pequena, da tristeza de ter de esperar tanto tempo até chegar ao Natal…
Pois é, mas agora acaba agosto e praticamente entramos no Natal… Sem passar pela casa da partida… As estações sucedem-se desordenadamente e à velocidade da luz, atropelando-se umas às outras para nos demonstrar que, até elas, estão em crise…
E eis que chega outro Natal, entrando-nos pela porta dentro quase sem ser convidado… Percebo que Natal em crise não é Natal como os outros… Mas, senhores, provavelmente este será o primeiro de muitos outros Natais assim… Portanto, alegrem-se corações, que este ano vamos marcar a tendência!
O que não impede que as crianças continuem a sonhar com os seus presentes à prova de crise… E neste Natal haverá, infelizmente, muitas crianças sem Pai Natal…
Como se já fosse pouco, a juntar às crianças cujas famílias vivem momentos verdadeiramente dramáticos, mas que pelo menos ainda estão unidas, ainda há as crianças que são retiradas aos pais por estes já não terem meios para as alimentar… O que é verdadeiramente horroroso, se pensarmos que a essas famílias, desmanteladas, lhes é retirada a possibilidade de se amarem e apoiarem uns aos outros enquanto família…
Pergunto-me se não seria melhor apoiar a família no seu todo, mas preservando os laços que unem pais e filhos, em vez de, ‘no superior interesse das crianças’, estas serem bruscamente retiradas do seu lar…
Obviamente que não estamos a falar de maus tratos, violência doméstica ou abuso, onde é absolutamente necessária a retirada imediata da criança… Refiro-me aos casos em que a família era dita ‘normal’ mas que, por motivo de desemprego, perdeu qualidade de vida ao ponto de não ter o que comer. Pergunto-me: deverão essas famílias ser penalizadas e separadas? Não poderiam ser ajudadas para que todos mantivessem uma espécie de ‘normalidade’ até que a situação fosse regularizada?
Neste Natal todos os meus pensamentos estarão com estas famílias que foram bruscamente apartadas, muito especialmente com as crianças que passarão, muitas delas, o seu primeiro Natal fora de casa e em circunstâncias muito diferentes das que conheciam…
Feliz Natal, pequeninos!

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