Hoje sinto-me Cinzenta!

Sinto falta da emoção de um toque de mão, do arrepio de frio, da emoção da paixão…
Sim, confesso que sinto falta. Há pessoas que passam pela vida sem experienciar este tipo de emoções. E tenho pena, tenho mesmo muita pena de todos aqueles que nunca passaram por isso…
Noites sem dormir, dias sem comer, porque ela, a energia da paixão, basta para nos alimentar… Quem nunca viveu este estado?
Oh, sim, sinto falta disso… Das borboletas na barriga, do friozinho no estômago, e a dúvida, sim, aquela dúvida… Será que… É recíproco? Será?!

Pois é, ninguém vive apaixonado a vida toda… Até porque a vida e a paixão são incompatíveis: ninguém aguenta a vida toda sem comer e sem dormir, energizado pela paixão… O que é pena, diga-se, porque em momentos de crise seria mesmo muito, muito útil!
Mas não, a paixão é passageira… Ela tende a passar depressa, talvez mais depressa do que seria desejável, e por vezes sem nos deixar nada em troca...
São assim as paixões (de verão ou não)! Passageiras!
Em alguns casos e, se tivermos muita sorte, a paixão transforma-se em algo mais profundo e sereno, tal como a acalmia que sucede à tempestade… Os ânimos tranquilizam-se, os sentidos deixam de estar tão alerta, as refeições partilhadas passam a ser uma cerimónia de partilha, mais uma, entre muitas outras… O clima de mistério vai sendo gradualmente substituído pelo conhecimento aprofundado do outro, as rotinas começam a instalar-se devagar, devagarinho…
Paixão emagrece, amor engorda… Ah, dêem-me uma paixão daquelas de “película”, como diriam nuestros hermanos… Preciso de emagrecer uns quilos!!!