Hoje sinto-me... Amarela!

Gosto de pensar que estou a educar crianças equilibradas e felizes! Sim, gosto muito de pensar assim… Mas confesso que às vezes sou assaltada por pensamentos um pouco menos nobres, aquele tipo de pensamentos em que, nos meus diálogos interiores, me fustigo por estar a falhar como mãe em todas as frentes…
Esses não são, obviamente, os meus melhores momentos… Deixo-me ir abaixo, permito-me fraquejar no controlo das minhas emoções, apetece-me chorar baba e ranho, arrepelar os cabelos, gritar como se estivesse possuída por algum demónio estranho e indomável…
Este foi um desses fins-de-semana em que me fustiguei intensamente. Sim, pelos meus filhos, sim. Após as birras que o Miguel me fez no sábado, logo ele, que nem sequer é muito disso, tive de lidar no domingo com o comportamento indisciplinado do Alexandre, que acabou por ser expulso do torneio de futsal por agressão a um dos jogadores da equipa adversária…
Isso apesar de o outro jogador ser muito maior, muito mais forte e, ao que tudo indica, muito mais controlado, porque foi agredido e não se defendeu (acho que nem teve tempo para isso…). Tudo isso enquanto eu e os demais progenitores assistíamos, impotentes, ao miniespectáculo dentro do espetáculo em si…
Tive vontade de me enfiar num buraco… Aquele não podia ser o meu filho… Com um ataque daqueles, aos gritos de “estúpido”, firmemente agarrado ao adversário, a dar-lhe caneladas e a tentar atirá-lo ao chão, enquanto todos olhávamos estarrecidos… Não posso deixar de pensar que, se estivéssemos nos Estados Unidos, o meu filho provavelmente seria objeto de estudo e de tratamento de “anger management” por uma exibição tão espalhafatosa e desequilibrada…
O Alexandre saiu imediatamente do campo com o treinador, que o levou para lhe dar uma bem merecida reprimenda… E regressou pouco depois para se sentar no banco dos suplentes até ao final do jogo… E, não satisfeito, quando o treinador o chamou para vir ao campo cumprimentar os jogadores da equipa adversária, o Alexandre recusou-se! O professor disse-lhe que saísse do campo e avisou-me que o Alexandre estava a sair…
E a mim, como mãe, coube-me o papel de assumir as responsabilidades por tal indisciplina… De sair com ele, após a expulsão… E de tentar perceber onde foi que falhei. Logo eu, que tanto insisto na importância do perdão… Que tantos exemplos de bom comportamento lhes tenho procurado dar…
Sim, ainda estou a fustigar-me! Depois de uma boa conversa com ele, em que procurei saber das suas razões, escutei que o Alexandre tinha sido agredido 5 vezes por aquele jogador sem que houvesse qualquer marcação de falta… E que o meu filho se sentiu injustiçado… E, vai daí, resolveu fazer justiça pelas próprias mãos…
Sim, passei uma vergonha como mãe… Mas, como uma amiga sensatamente desvalorizou, pelo menos o meu filho demonstrou que se sabe defender… Perante uma plateia inteira!

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