Hoje sinto-me... Laranja!

Fui ver o Comboio Noturno para Lisboa! Por curiosidade, já que nem sequer sou muito fã do Jeremy Irons… Ok, sei que devo ser a única, mas aquela voz tétrica assusta-me e repele-me…
Bom, convém realçar muito bem que não sou crítica de cinema! Nem queria ser, aliás! Nunca percebo nada das críticas de cinema que leio, e também nunca fico nada esclarecida relativamente à (real) qualidade dos filmes, por isso, e para registo de memória futura, trata-se apenas e tão-somente da minha modesta opinião sobre o que eu vi e interpretei do filme em questão.
Excelente fotografia! Que Lisboa é linda eu já sabia, mas confesso que a vi sob outras cores e fiquei genuinamente orgulhosa!
Muito boa banda sonora – sobretudo em Lisboa! Nada como a guitarra portuguesa para nos fazer sentir “em casa”… Não consegui confirmar se seria Carlos Paredes, mas quase apostaria que sim…
Admirável interpretação de Jeremy Irons! Irrepreensível!
Fascinante também a (sua) capacidade de ler em português e conseguir traduzir o espírito do livro para inglês… (Pouco convincente, não acham?)
O argumento, que tinha muito para ser forte, afinal revelou-se fraco… Inverosímil… Um cruzar de personagens errantes que nunca se cruzariam na vida real… Estranha a personagem feminina que surge na Suíça e depois, quase no final do filme, como que por acaso… Em estilo fantasma… Só faltou dizer: “vinha buscar o casaco…”
Confesso que fiquei à espera de ouvir isso (como se quem tivesse perdido um casaco na Suíça, achasse muito lógico vir buscá-lo a Lisboa… Estão a perceber a inverosimilhança?)
Peculiar também que alguém, um professor estudioso das letras (que se autodefine como “boring”), de repente abandone tudo em busca de uma quimera… Convenhamos… Improvável, não?
E depois a história de amor, um amor tão grande, tão intenso, que faz com que as personagens se afastem porque… Se amavam demais???? Estranho, não?
Ai, eu sei que o amor é lindo, mas… Ou há amor ou não há! Essa história do “amo-te muito e agora tenho de ir andando” é demasiado ridícula para ser verdadeira! Ou serei só eu a pensar assim?
Mas a filosofia subjacente, que nos ia sendo revelada à medida que o livro ia sendo lido, cativou-me! Era real! Era bonita! Falava de juventude, de ideais, de sonhos. E também da fugaz ilusão de vida, sempre mais curta do que a adivinhamos… Bonito! E um mergulho na história feia das perseguições políticas, afinal uma situação ainda relativamente recente, e da qual ninguém gosta muito de falar…
O balanço do filme? Claramente positivo, apesar das fracas interpretações dos atores envolvidos… Com honrosas exceções para o Jeremy e Lena Olin, absolutamente fabulosa na sua curta aparição!
Se vale a pena ver? Vale sempre a pena ver Lisboa!!!

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