Hoje sinto-me... Azul Céu!



Há dias fizemos uma reflexão, entre amigas, sobre o primeiro beijo… Inicialmente debatemo-nos com as questões triviais de “o primeiro beijo na boca?”, ou “o primeiro beijo de todos os beijos?” ou ainda “o primeiro beijo com a pessoa X?”.
Enfim, uma confusão, porque afinal o primeiro beijo com “aquela pessoa” não deixa de ser o primeiro beijo… E isso é que conta! Conta de tal maneira que “apaga” todos os anteriores beijos da lista que possuímos… Bom, se não apaga, devia apagar… Acho eu!
Mas adiante! E cada uma de nós teceu a sua consideração sobre o dito, e eu dei por mim a sentir – sim, a sentir! – o que considerei ser o meu primeiro beijo! Que, só por acaso, nem sequer foi na boca!
De súbito vi-me transportada a Moçambique, aos meus doces 12 anos, ao meu primeiro amor, a quem dava delicadamente a mão quando íamos ao cinema! Um tumulto de emoções cresceu dentro de mim, e não consegui impedir-me de sorrir (não que quisesse impedir-me de tal!) perante tais memórias!
Regressei lá! Ao momento! Eu estava na casa dele, e faltou a luz… Algures no corredor alguém passou com uma vela acesa! Sim, foi uma luz na escuridão, e de repente ele estava ali, muito perto de mim, e depositou-me um beijo muito suave no rosto, algures entre a orelha direita e o pescoço… Não, não foi na boca, e sim, foi arrepiante… Tão arrepiante que voltei a sentir a sensação, tantos anos depois, tantos quilómetros depois…
Curiosamente, nem sequer me lembro do primeiro beijo na boca… Certamente que não teve o mesmo impacto! Todas as minhas memórias vão para aquele, que foi o primeiro de todos os meus primeiros beijos…

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