Hoje sinto-me... Caqui!
É impressionante o investimento
que faz um homem interessado numa mulher… E não me refiro, obviamente, a
dinheiro, até porque isso nem interessa assim tanto, pelo menos não tanto como à
partida se possa imaginar!
Refiro-me ao cuidado, atenção e
delicadeza com que rodeiam o alvo da sua atenção (ok, poderão ser vários alvos
em simultâneo, até concedo essa de borla!). É impossível ignorar a diferença de
tratamento, os sinais, os tais famosos sinais que se propagam aos quatro ventos
como se estivessem pintados de laranja fluorescente e com luzinhas a acender e
a apagar!
O problema é se a mulher não está
interessada! Ah pois é, há uma (ínfima) probabilidade de que isso venha a
acontecer, e aí é que são elas… Então é vê-lo (ao homem) a cercar o alvo, e é
vê-la (à mulher) a fugir a sete pés… Que é como quem diz, a arranjar desculpas,
umas atrás das outras, para escapar ao encontro marcado…
Mas o inverso, senhores, o
inverso também é triste de se observar… Uma mulher interessada num homem que
nem sabe que ela existe ainda consegue ser pior… Isto porque uma mulher,
qualquer que seja, e não interessa para o caso se é bonita ou feia, magra ou
gorda, nova ou velha, às riscas ou às bolas, uma mulher NUNCA gosta de ser
ignorada!
E as mulheres, se forem mesmo
mulheres, também sabem como rodear o objeto da sua atenção de modo a tocar-lhe
o coração… O pior é que há por aí muitos homens distraídos, que é provavelmente
outra forma de lhes chamar desinteressados, que não reparam em coisa nenhuma… Logo,
nem percebem os sinais… Pois, com certos homens a subtileza simplesmente não funciona,
só percebem mesmo se forem agarrados e encostados à parede… O que também não
aconselho, diga-se de passagem…
De vez em quando, acontece o
milagre da correspondência de sentimentos: a famosa reciprocidade! Ele é
atraído por ela e ela é atraída por ele! E pode resultar! Ou não… Normalmente
até resulta muito bem ao princípio, é o estado de euforia desenfreada que inibe
o apetite (por comida, entenda-se) e solta o desejo…
Chama-se paixão! E sim, é um
estado passageiro! Muito passageiro! E ainda bem! Seria impossível viver
durante muito tempo nesse estado: sem comer, sem dormir, recheado/a de
amor/sexo/desejo/energia vital… Tudo é belo, maravilhoso, inebriante, extasiante,
arrebatador e delicioso! Alberoni chama-lhe o “estado nascente”, quando a
criatividade está ao rubro e o sentimento é de (quase!) imortalidade! Tudo é
possível! Podem mover–se montanhas!
E depois, ó senhores, pasme-se,
depois de tão gloriosa fase, sucedem-se as rotinas instaladas! O conhecimento
mútuo! A descoberta dos “podres” de cada um! E a aceitação (ou não) dos mesmos!
O amor pode emergir nesta sequência lógica, ou então desaparecer para sempre,
agarrado à paixão cujo prazo expirou… É hora de lamber as feridas, curtir as
mágoas, retirar as lições e fazer o luto até à próxima... Porque haverá sempre
uma próxima vez… Isso é certo!
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