Hoje sinto-me... Coral!

Hoje lembrei-me da teoria de alguém que defende que a mulher é gato e o homem é cão. Sim, como se não bastasse que os homens fossem de Marte e as mulheres de Vénus, ainda têm de ser como cão e gato…
E no entanto gosto de me identificar com os meus amigos felinos – é mais fácil ver-me como gato do que como cão…
Quero dizer, gosto deste lado meu que é livre quanto baste, que gosta de dar as famosas marradinhas sempre que quer miminhos, de ronronar sempre que se sente confortável e acarinhado e que… Dá meia volta e desaparece quando acha que já basta…
Sim, tenho um lado gato bastante desenvolvido…
Também gosto de brincar ao gato e ao rato, quando é possível, ou me deixam, ou me provocam o suficiente… E há um lado em mim que me instiga para a caça e me mantém atenta a todos os outros animais que revoluteiam perto de mim.
Nunca concordei com a teoria de que “os gatos são falsos” ou que “não conhecem o dono”. Claro que os gatos não são falsos, e claro que conhecem o dono. E a dona. E a casa onde moram.
Gosto desta ideia de que os gatos são animais muito independentes, que apreciam o conforto e a boa vida, têm uma personalidade forte e sabem abandonar a arena com uma dignidade extraordinária…
Sim, o meu lado gato aprecia estas qualidades felinas. Os gatos deslocam-se com uma elegância inigualável, com a cabeça erguida ainda que feridos de morte, escondem-se quando pretendem sossego ou privacidade e não gostam de expor as suas mazelas, pelo menos não enquanto não estiverem minimamente saradas. Sim, o gato tem o seu orgulho!
E depois pergunto-me onde é que raio meti o meu lado gato quando corro a lamber a mão que me enxota… Onde meterei eu a dignidade após levar um pontapé, se regresso submissamente a abanar a cauda…
Quero ter olhos de gato, mas os meus olhos de cão imploram por uma mão meiga que me faça festas na cabeça… Oh, e a fidelidade, essa absurda fidelidade canina, que não me serve para absolutamente nada, e de que não consigo livrar-me…
A verdade é que o meu lado gato convive muito de perto com o meu lado cão… Tal como o meu lado amoroso coabita, às vezes pouco pacificamente, com o meu lado marciano…

E, meus amigos, não queiram acordar em mim a força de Marte, que eu solto por completo a fera que tenho adormecida…
Sim, tenho toda uma fauna disponível dentro de mim! Consigo identificar o lado felino, mais de leoa do que de gato, o lado canino, mais lobo que cão, o lado pássaro, que almeja altos voos e grandes viagens, o lado panda, fofo e ternurento, o lado canguru, com uma imensa bolsa cheia de crias, o lado camelo com grandes bossas…
Tantos animais convivem dentro de mim, que sou uma só, como poderemos resumir-nos a um gato ou cão apenas?
Mas se eu pudesse escolher… Seria certamente um fofo animal peludo e de confiança, bem-humorado e amigo das crianças, uma espécie de urso de peluche domesticado. E como gostaria de dormir entre os teus braços…

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