Hoje sinto-me... Verde!

Comecei a afastar-me de ti quando percebi que só estavas interessado em manter um relacionamento à distância (por internet ou SMS e/ou ambos). Não estou interessada em relacionamentos desse tipo, e pensei que o soubesses...
Uma vez disseste-me que "nós mal nos conhecemos" e apeteceu-me muito, na altura, dizer-te que a culpa era tua. Ninguém se conhece por SMS. Ninguém se conhece pela internet. Mas a ti isso parece bastar. A mim não!
Preciso de amigos que saiam comigo, nem que seja para ir ao cinema, ao teatro, ou tomar um café. Que falem comigo, que estejam comigo. Que olhem para mim, me encarem olhos nos olhos, e me digam exatamente o que pensam.
Tu nunca mostraste disponibilidade, nem sequer interesse, em manter esse tipo de relacionamento. E, lamento muito, eu não tenho disponibilidade para me relacionar com pessoas só à distância. Nem interesse, nem vontade.
É claro que eu tenho filhos, o que limita um pouco a minha disponibilidade. Mas é só um pouco, porque eles estão a aprender a ir comigo para todo o lado e seja com quem for. E é assim que deve ser.
Tenho planos para ir ao teatro, ao cinema, jantar fora, sair com pessoas que querem sair comigo, conversar comigo e estar comigo. São pessoas minhas amigas. É disso que eu preciso. É isso que é saudável.
As únicas vezes em que nos encontrámos foi por (muita!) insistência minha. Sim, eu sou esquisita, gosto de conhecer pessoalmente aqueles com quem me relaciono... E tu nunca tomaste a iniciativa de querer sair comigo. Isso é estranho, pelo menos para mim... Fico a pensar se terei algum problema... Afinal não uso repelente!
Cheguei a pensar que poderias ser casado ou viver com alguém. Não é normal tanta falta de disponibilidade por parte de alguém que está só (ou diz que está só).
Depois deixei de pensar. Deixei de me interessar. Deixei de querer relacionar-me contigo, porque simplesmente não me quero relacionar com quem não se quer relacionar comigo. Sim, sou muito esquisita...
E virei-me para mim. Sim, totalmente. Apaixonei-me por mim. Cuido de mim. Gosto de quem gosta de mim. E afastei-me de quem não gosta. É simples. Eu sou simples (apesar de esquisita).
Não te menti. Nunca menti. A mentira não faz parte de mim, nunca fez e nunca fará. O meu caminho não atrapalha ninguém e já não permito que ninguém atrapalhe o meu caminho. Sou assim.
E também já não procuro nada. Estou feliz. Estou bem. Tenho tudo o que preciso, medito diariamente, valorizo o que tenho, cada pequena conquista que faço, os meus filhos lindos, o meu trabalho, os meus estudos, os meus hobbies, a minha vida. Tenho amigos com quem posso estar, falar, desabafar, passear, partilhar. É isso que eu quero. É isso que me faz feliz.
Vês o que acontece quando nos viramos para nós? Eu precisava de passar por tudo isto para perceber quem sou, quem quero ser, quem quero e não quero ter na minha vida...
Esta é a minha forma de agir. É muito claro para mim que não tinhas o menor interesse em estar comigo. À sexta-feira a conversa era sempre "desejo-te um excelente fim de semana"... E eu ficava a pensar que o meu fim de semana poderia ser muito mais "excelente" se o passássemos juntos...
Não é isso que os amigos fazem. Pelo menos, os meus amigos não fazem isso. Mas não há problema nenhum em não quereres estar comigo. Claro que deves conhecer pessoas muito mais interessantes com quem te apeteça estar.
E quando eu, finalmente (dah????!!), percebi que não havia ponta de interesse, desisti. Ah, sim, eu desisto. Não ando às marradas a ver "se aparece o interesse". Não há, não há. Paciência.
Sim, estou feliz. Sozinha, mas feliz. Aprendi a gostar muito de mim e a valorizar-me, e só gosto de quem gosta de mim. E não te menti, nem omiti nada. Ao que sei, os mistérios ficaram todos do teu lado. A tua casa, com quem vives, o que fazes, é território ultra-secreto. Eu não tenho segredos. Sou assim, simples. Mas não parva.
Pensa nisto! E se quiseres falar, claro que estou disponível. Ao vivo e a cores! De preferência com muitas cores...