Hoje sinto-me Azul!

Hoje é domingo. Estou a preparar a festa do Miguel, que já vai fazer 9 anos, o meu menino. Faz anos amanhã, mas a festa será no próximo sábado. Ele quer a festa cá em casa, vá-se lá saber porquê... Acho que quer trazer os amigos, mostrar os brinquedos, os jogos, os gatos, os peixes, o sítio onde vive... Ou um dos sítios onde vive, porque ele tem pelo menos dois: a minha casa (a nossa casa) e a do pai...
Já fiz um bolinho para lhe levar amanhã à escola. E também lhe vou escrever uma cartinha a desejar muita felicidade e muito amor pela vida fora, porque nós vivemos bem praticamente despojados, mas que não nos falte o amor e a felicidade...
Hoje também quero deixar aqui uma reflexão sobre algo que me anda a preocupar: a violência no mundo. A forma como andamos a educar os nossos filhos, tornando-os violentos na sua forma de ser.
Eu tenho dois rapazes, e toda a gente sabe que os rapazes têm testosterona, que são mais brutos nas suas brincadeiras, que testam os seus limites e os jogos de luta fazem parte do seu processo de crescimento. Sim, nós sabemos isso.
Também sabemos que, na Natureza, os veadinhos começam a medir forças mal despontam os embriões dos seus chifres... E isso é o que a testosterona provoca.
Mas os nossos filhos não precisam de se tornar mais violentos à custa de alguns jogos de consola que por aí andam. Estou particularmente chocada com um deles, que apareceu na minha casa sem eu me dar conta, trazido da escola pelo meu filho mais novo, "emprestado" por um dos seus amiguinhos de 7 anos...
Por acaso, eu, que não percebo, não quero perceber, nem para aí estou virada, absolutamente nada de jogos (para mim o pc é para trabalhar!), fui informada por uma auxiliar que o meu filho mais novo teria trazido para casa um jogo de um amiguinho, amiguinho esse que resolveu levar o jogo à revelia da mãe...
Resolvi investigar... E lá estava o Alexandre, muito entretido com o dito jogo... Pedi-lhe para ver o jogo, e quase de seguida me senti enojada: é que o dito jogo constava de um homem que tinha por entretenimento matar ao soco e ao pontapé quem dele se aproximasse. Com uma violência indescritível, já a sua vítima jazia no chão num mar de sangue, e ele continuava a pontapeá-la alarvemente. Depois desta episódio de matança, entrou num supermercado e começou a dar pontapés em tudo o que via, terminando por se dirigir ao caixa do supermercado.
Foi nessa altura que decidi terminar o jogo ali mesmo. Retirei-o da consola, enervada, escondi-o, expliquei aos meus filhos porque motivo aquele jogo não era bom para eles, pois tinha como único objectivo a violência pura e simples.
No dia seguinte entreguei o jogo na escola. falei com as auxiliares. Expliquei que o jogo era horroroso. Sei que a partir de agora terei de controlar muito mais o que os meus filhos fazem nos ditos "jogos". Porque não basta o que eu sei que é educativo e lhes posso comprar, temos todos de controlar o que eles trazem diariamente da escola, e o que fazem com isso.
Disseram-me que o dito jogo está proibido na Austrália. Parece-me bem! Não precisamos de mais violência nas nossas vidas. Bem basta o que enfrentamos diariamente, na escola, nas ruas, no trabalho. Já há violência que chegue. Em casa, temos de ensinar os nossos filhos os valores fundamentais que estão a ser perdidos: a importância da família, do amor, da amizade, do companheirismo, das brincadeiras saudáveis.
Não será à toa que há crianças e/ou adolescentes que levam armas para a escola e se dedicam a dizimar professores, colegas e tudo o mais que se atreva a cruzar-se na sua frente: querem ganhar "pontos" e "ficar mais fortes", como nos jogos...
Quanto a mim? Sou a favor da censura no que toca a estes temas... Repito: as nossas crianças não precisam de mais violência nas suas vidas! E tenho dito!

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