Hoje sinto-me... Amarelo Ocre!



Ontem andei de metro! São momentos raros, estes, por isso aproveito para tirar partido deles… Ou, pelo menos, para tirar o melhor partido possível desses momentos únicos.
E ontem foi um deles! Dia de Benfica, não há melhor para usufruir de bons momentos partilhados na tribo… Com uma ligeira nuance: a tribo era da equipa adversária!
Não sou uma rapariga dada a estes temas futebolísticos… Por acaso sabia que era dia de Benfica na Luz, mas nem sequer sabia com quem seria a contenda… Assim, entrei de peito aberto na carruagem mais à mão, e eis senão quando rapidamente me chegou ao nariz um desagradável e excessivo aroma a cerveja… Pouco natural numa carruagem de metro, diria eu…
Não me apercebi de imediato com quem partilhava a carruagem, mas olhando rapidamente à minha volta cheguei a pensar se seria o Sporting… A tribo envergava cachecóis verdes e brancos, muito semelhantes aos do Sporting… Pelo menos olhando assim de repente (já vos disse que não sou perita em futebol, certo?).
Pensei rapidamente: “boa, vai ser um Benfica-Sporting, e viva os derbies”… Mas, ao mesmo tempo, aqueles não pareciam adeptos do Sporting… Faltava-lhes algo (souplesse) ou teriam algo a mais (álcool)…
Esvaíram-se-me as dúvidas quando a tribo começou a cantar… Era inglês… Percebi algures entre o que eles gritavam “Celtic”… Depois percebi “Glasgow”… E pronto! Não eram, de facto, adeptos do Sporting! Ainda bem!
À medida que percorríamos as várias estações, a alegria (ou bebedeira) ia-se manifestando cada vez mais… Ao ponto de começarem a saltar pesadamente, em acompanhamento à cantoria de apoio à sua equipa… No caso, e agora já perfeitamente informada, que era o Celtic de Glasgow.
Pensei, vagamente preocupada, se seriam hooligans… Mas rapidamente mudei de ideias: uma senhora com um carrinho de bebé apresentou-se na estação e, ao entrar, foi ajudada por alguns elementos da tribo, que se desviaram o suficiente para que ela se instalasse em segurança com o seu bebé num recanto da carruagem… Sorri para a senhora e para o bebé, que, de olhos arregalados, observava o ambiente com atenção… “Coitado, ele vai-se assustar”, disse eu. A senhora sorriu e respondeu que aquela já era a segunda tentativa para entrar no metro e que ali havia um pouco mais de espaço, por isso iria arriscar.
Enfim, cheguei ao meu destino! A tribo continuou, com a senhora do bebé! Fiquei feliz por sair. Cá fora ouvi alguns comentários: “têm tanto espírito!”, dizia um rapaz… “Pudera, o espírito da cerveja!”, observou uma rapariga! As mulheres têm destas coisas, pensei eu!

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