Hoje sinto-me Rosa!

Deus sabe que não aprecio casamentos… Ir a casamentos… Estar em cerimónias de casamento…
O que nada tem a ver com o casamento em si, claro!
Simplesmente não aprecio os rituais instituídos pela igreja para a celebração do casamento… Ou outras celebrações…
Bom, basicamente não aprecio os rituais da igreja. O que nada tem a ver com o facto de se acreditar, ou não, em Deus. E eu acredito, pelo menos acredito num Deus caridoso, compassivo, que me permite que fale com ele e se permite falar comigo em momentos a dois, sem interferência da igreja e seus rituais.
Cresci sem grande intervenção dos meus pais na minha formação religiosa. Eles sabiam que eu saberia procurar o meu caminho sem ser empurrada para tal.
E um dia, do alto dos meus 6 anos, cheguei a casa e anunciei que queria ir à catequese, queria fazer a minha primeira comunhão!
Para os meus pais, foi uma surpresa. Para a minha avó, uma grande alegria. Eu estava a começar a escolher o meu caminho…
Fiz a primeira comunhão! Lembro-me de papaguear todas as lengalengas que a igreja nos ensina… Sabia tudo de cor…
E um dia acordei e decidi que “a minha fé” não era aquilo, não podia ser aquilo. O meu conceito de “rezar” não era balbuciar baixinho um conjunto de palavras de cujo nexo nem sequer me apercebia… O meu conceito de “rezar” era, então, e hoje mais do que nunca, tão-somente “falar com Deus”.
E, para mim, falar com Deus era importante… Entender-me com Deus é importante… Como posso eu entender-me com alguém a balbuciar lengalengas?
Deus certamente compreende a minha fé. E foi assim que comecei a rezar diariamente antes de dormir, mas esqueci todas as orações aprendidas na catequese. Ter fé não é isso, não pode ser “só” isso.
É por isso que os rituais de casamento não me dizem nada… E é por isso que não gosto de ir a casamentos… Ou de ir à missa… Para mim não passam de rituais aprendidos e repetidos, mas sem valor real… Assim um pouco como aprender a técnica da dança e depois dançar sem paixão. Deus certamente não aprecia isso…
Posto isto, assisti ao mais bonito casamento da minha vida! Foi no sábado passado, o casamento da Lena e do Nélson. Os noivos estavam felizes, as famílias e os amigos também, até os padres estavam felizes! Os noivos cantaram, pareceu-me até que teriam vontade de dançar… Os amigos cantaram, e certamente tinham vontade de dançar… Eu sei que tinha!
Foi uma cerimónia muito, muito bonita! Com muita alegria! Oh, sim, foram papagueadas algumas orações, mas como foi a cantar, não parecia tão… Artificial!
Lembrei-me do Gospel afro-americano, por toda aquela alegria demonstrada num templo de culto… Nem parecia que estávamos numa igreja católica…
Mas sim, certamente estávamos com Deus. E Deus estava connosco. Porque, para mim, a igreja deve ser alegre, deve fazer-nos sentir bem! E se eu me senti bem, Deus estava comigo! E, obviamente, com a Lena e o Nélson.
Muitas felicidades, meus amigos!

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