Hoje sinto-me Denim!

Sem querer bater mais no ceguinho, até porque estamos todos absolutamente fartos de ouvir falar em crise, falar em crise, pensar em crise, o que nos deixa psicologicamente deprimidos e fisicamente desanimados, parece-me oportuno, no entanto, abordar a questão da forma como nós poderemos reagir à dita...
E disso não me parece que se esteja a falar o suficiente, senão vejamos:
- A quem toca mais de perto a crise? Se retirarmos a esta questão a possibilidade óbvia de resposta ("a todos"), resta-nos uma outra possibilidade, que é a de definirmos uma lista de "prioridades de afectação", no topo das quais aparecem, a meu ver, os jovens e o seu futuro comprometido!
E, mais uma vez sem querer bater na mesma tecla, teremos de assumir-nos naturalmente como os principais responsáveis por esta situação em que nos encontramos. Afinal, fomos nós todos que concebemos e formámos estes jovens que hoje saltam para o mercado em busca de um emprego que não existe; e o pior é que lhes fomos aplanando o terreno, aderimos ao processo de Bolonha, reduzimos o número de anos de estudo, fomos facilitando, facilitando, facilitando...
Mas acontece que a vida não é necessariamente fácil! Não estamos cá para que tudo nos seja devido, sem que nos seja exigida uma moeda de troca! Parafraseando um autor da nossa praça, não há almoços grátis! Como foi que nos convencemos disso? Quando começámos a achar que, pelo facto de termos um curso superior, teríamos de ter um emprego bom, bem remunerado, com muitas regalias, poucas contrariedades, uma situação estável de futuro e tudo a correr sobre rodas? E, pior ainda, quando começámos a convencer os nossos filhos, a geração futura e que nos sobreviverá, que estar aqui é um direito e, portanto, não é necessário um grande esforço para manter a situação? E que nós fizemos o esforço para lhes abrir o caminho para uma vida melhor, isso basta? Pois... Esse terá provavelmente sido o nosso erro...
E fico triste, fico mesmo deprimida, quando oiço na televisão, na rádio, na rua, um qualquer jovem dizer que "estudar não vale a pena, hoje em dia não vale a pena ter maiores qualificações para ganhar o mesmo que outros com muito menos qualificações ou para ficar no desemprego"...
Este parece-me o raciocínio mais errado possível! Porque a única forma de contrariar a tendência de desânimo que nos assiste, e que forçosamente nos arrasta para o fosso da depressão e da inércia com a  desculpa "de que não vale a pena", é precisamente demonstrar que vale a pena: vale a pena estudar mais, esforçarmo-nos mais, cada vez mais, porque esse será o factor diferenciador no futuro.
E sim, as coisas estão difíceis. Mas quem gosta de coisas fáceis, dadas de mão beijada? O ser humano é competitivo por natureza, precisa de desafios, de conquistas, de vitórias... Será a passagem administrativa uma vitória? Para quem? Talvez para a estatística... Tão somente!
Estamos em crise? As coisas estão dífíceis? Não há muitos empregos? Óptimo! Vamos estudar mais! Vamos trabalhar mais! Vamos ultrapassar esta dura etapa que temos pela frente e, sobretudo, vamos educar os nossos filhos para que sejam intervenientes directos neste processo, em vez de meros observadores que reclamam a perda de direitos adquiridos... Vamos ensiná-los a lutar sem terem de ir à guerra, essa sim uma dura etapa vivida pelos nossos pais... Que felizmente não nos tocou a nós e muito menos a eles! E muito em breve poderemos dizer que a crise... Não passa de uma miragem!

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