Hoje sinto-me Bege!
Hoje cumpre-se mais um aniversário do meu regresso de Moçambique. Lembro-me de estar quentinha no avião e de a minha mãe me obrigar a vestir uma camisola de gola alta que não me apetecia nada... E do choque de temperaturas que senti ao sair do avião, do alto das escadas que teria de descer até ao autocarro que nos transportaria para o aeroporto.
O meu nariz tornou-se vermelho do frio que sentia. Estavam 7 graus no aeroporto da Portela. E a sensação de frio intenso, a correspondência aos 7 graus Celsius, o dia lindo de sol que se fazia sentir, são algumas das recordações que transportarei dentro de mim.
Depois veio o choque da entrada num mundo estranho, que me era estranho, tão distante e tão diferente do mundo quente e colorido que eu deixara para sempre em Moçambique.
E a saudade, aquela imensa saudade da minha casa, dos meus amigos, da minha escola, do meu primeiro namoradinho, daquela segurança que a felicidade nos dá seja lá onde for...
Começou a abrir-se para mim a porta de entrada no mundo real, onde chove, faz frio, as pessoas são frias e distantes, receosas de quem chega de um outro mundo que é mais quente, mais colorido, mais musical, mais livre... Sim, África para mim representa todo um mundo de sensações associadas a cores, calor, alegria, sol e liberdade. Possivelmente terei cristalizado muitas destas sensações dentro de mim, e provavelmente também elas já não corresponderão à realidade. Não sei... Continuo a acreditar que nenhum pôr do sol se aproximará nunca ao pôr do sol africano... Que nenhuma noite do mundo tem a musicalidade que tem a noite africana, quando grilos, cigarras e sapos se reunem para mais um concerto... Que nenhuma tempestade tem a força e a intensidade da tempestade africana... Que nenhum povo do mundo se reveste de cor e alegria como o africano...
Sim, tenho saudades... Tenho saudades da imagem que construí sobre África, a minha África, que deixei para trás há tanto, tanto tempo... Parabéns por mais um aniversário! Estou de regresso a casa!
O meu nariz tornou-se vermelho do frio que sentia. Estavam 7 graus no aeroporto da Portela. E a sensação de frio intenso, a correspondência aos 7 graus Celsius, o dia lindo de sol que se fazia sentir, são algumas das recordações que transportarei dentro de mim.
Depois veio o choque da entrada num mundo estranho, que me era estranho, tão distante e tão diferente do mundo quente e colorido que eu deixara para sempre em Moçambique.
E a saudade, aquela imensa saudade da minha casa, dos meus amigos, da minha escola, do meu primeiro namoradinho, daquela segurança que a felicidade nos dá seja lá onde for...
Começou a abrir-se para mim a porta de entrada no mundo real, onde chove, faz frio, as pessoas são frias e distantes, receosas de quem chega de um outro mundo que é mais quente, mais colorido, mais musical, mais livre... Sim, África para mim representa todo um mundo de sensações associadas a cores, calor, alegria, sol e liberdade. Possivelmente terei cristalizado muitas destas sensações dentro de mim, e provavelmente também elas já não corresponderão à realidade. Não sei... Continuo a acreditar que nenhum pôr do sol se aproximará nunca ao pôr do sol africano... Que nenhuma noite do mundo tem a musicalidade que tem a noite africana, quando grilos, cigarras e sapos se reunem para mais um concerto... Que nenhuma tempestade tem a força e a intensidade da tempestade africana... Que nenhum povo do mundo se reveste de cor e alegria como o africano...
Sim, tenho saudades... Tenho saudades da imagem que construí sobre África, a minha África, que deixei para trás há tanto, tanto tempo... Parabéns por mais um aniversário! Estou de regresso a casa!
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