Hoje sinto-me Azul Ganga!

Hoje é sexta-feira! Vou rever os meus filhos, que saudades.
E lembrei-me da magia que eles me trazem, com as suas dúvidas e crenças, que eu lá vou incentivando e estimulando sempre que posso... Afinal somos crianças durante muito pouco tempo, e sempre temos o resto da vida para nos mostrar que a magia só existe nos filmes...
Não, não era isto que eu queria dizer...
Regressando ao Alexandre, caiu-lhe mais um dente. E eu sempre guardei os dentinhos deles dentro de um saquinho, que ponho debaixo da almofada deles, até que a fada dos dentes venha e lhes deixe um presente (ou uma moeda) em troca do dente que lhes leva...
Num destes fins-de-semana, em que tive uma festa para eles lá em casa, e onde tive de fazer e preparar um monte de coisas inerentes a todas as festas, caiu mais um dente ao Xande.
E eu segui o meu procedimento habitual: lavei o dente para lhe retirar os restos de sangue, mandei o Alexandre bochechar bastante, guardei o dentinho no ratinho de plástico que serve exclusivamente para esse efeito, pus o ratinho dentro de um saquinho muito bonito, de seda verde, e coloquei o saquinho verde debaixo da almofada do Xande. Tudo normal!
O Alexandre foi lá controlar a posição do saquinho, e disse-me que o tinha posto um pouco "mais para fora" da almofada, "para a fada dos dentes o encontrar". Tudo normal!
Eu continuei na cozinha a fazer os meus afazeres, os miúdos foram para a cama e eu, extenuada, decidi deitar-me também... Sem nunca mais me lembrar da fada dos dentes...
No sábado, às 7 da manhã, o Alexandre entrou-me pelo quarto dentro para me dizer "mamã, a fada não veio". Acordei sobressaltada e fiquei cheia de pena do meu menino! A fada não veio? Isso não podia ser!
"Olha filho, vai para a caminha e fica lá muito quietinho, ela deve ter tido muito que fazer esta noite, muitos meninos perdem os dentes de noite. Mas pode ser que ela ainda apareça, ainda é muito cedo"... Ele, triste, lá se foi deitar, sabe Deus com que negros pensamentos...
E eu levantei-me, fui buscar duas moedas de 1 € e, muito sorrateiramente, entrei no quarto dele para lhe dar um beijinho. Aproveitei para, com a mão esquerda, proceder rapidamente à troca do saquinho verde pelas moedas, e depois de conversar baixinho com ele, voltei para a minha cama. Afinal ainda era muito cedo...
Pouco depois, o Alexandre voltou a entrar-me no quarto para me dizer, com um grande sorriso, que "ela apareceu, mamã. Deixou-me isto..." e mostrou-me as moedas, feliz.
Depois, a medo, perguntou: "foste tu, mamã?". "Eu, filho? Como é que podia ser eu? Claro que não fui eu! Eu disse-te que ela ainda podia vir, não foi?"
"Pois foi... Mamã, e tu lembras-te se, quando tu lá estiveste, ainda estava o saquinho do dente, ou se estavam as moedas?"
"Não, filho. A mamã só te foi dar um beijinho, não reparou se estava o dente ou as moedas"...
"Se calhar ela já tinha passado e deixado as moedas quando tu lá estiveste..."
"Pois, filho, a mamã não sabe... Olha querido, mete as moedinhas já no teu mealheiro e vai descansar mais um bocadinho." E fiquei à espera de ouvir o tilintar das moedas no fundo do mealheiro.
E depois descansámos um pouco mais...

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