Hoje sinto-me... Creme!
Ontem falámos sobre crianças. Há
crianças em sofrimento, a passar dificuldades… E isso não se aplica apenas à
comida (ou falta dela), mas a muitos mais recursos.
Há pais a abandonar as famílias,
deixando para trás mulher e filhos e partindo para parte incerta… Há mães que
têm de vender carro e casa para poderem alimentar os filhos… Há crianças nas
escolas a vender as próprias senhas de almoço para levarem algum dinheiro para
casa… E, consequentemente, passam fome…
As crianças nestas condições vivem
aterrorizadas com o futuro… Apercebem-se das dificuldades dos pais e sentem-se
impotentes para ajudar… Eu leio terror nos olhos dos meus filhos sempre que se
fala do tema dinheiro…
-
Mamã, tu estás sem dinheiro como a Sofia? – Sendo
a Sofia alguém que eles conhecem e que está desempregada.
-
Não, filhos! Esse tema não é um problema vosso,
é um problema dos adultos e os adultos resolvem. Não quero que se preocupem com
isso, está bem? – Mas no fundo sei que não adianta muito dizer-lhes que não se
preocupem… Eles já estão preocupados!
Falámos de uma menina em
particular, com 12 anos, que tem medo de chegar a casa e encontrar a mãe e os
irmãos mortos… O pai abandonou a família, a mãe não tem como sustentar todas as
despesas da casa e dos 3 filhos… Vendeu carro, vendeu casa, está desesperada e todos
os dias fala em matar-se a si e aos filhos…
E eu penso no desespero daquela
mãe, no terror daquela menina, na tristeza daquela família… A escola já
referenciou a menina… Provavelmente também os irmãos já terão sido
referenciados… Ao querer ajudar, o mais provável é que venham a retirar os
filhos àquela pobre mãe… E assim se destrói uma família… E assim se aniquila um
projeto de vida!
O meu coração está com todas
estas mães e todas estas crianças que precisam urgentemente de ajuda… De
conforto! De amor! De esperança! E também de comida, roupa e abrigo! E
apetece-me chorar por não poder ajudá-las!
E depois apetece-me
disponibilizar um bocadinho de mim para ajudar… Não sei que bocadinho… Não sei
de que maneira… Mas queria tanto ajudar! Queria poder abraçar aquela menina e tranquilizá-la,
ela precisa tanto de um abraço e que alguém lhe diga: “não te preocupes, pequenina! Vai correr tudo bem…”
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