Hoje sinto-me... Verde esmeralda!

Já não é novidade que não gosto de despedidas… Na verdade, já poucas novidades me restam, não é? Afinal sou um livro escancarado!
Também não é novidade que sou (muito!) melhor a escrever do que a falar… É que as palavras pronunciadas soam a pouco, parece que faltam, que não ocorrem, que não transportam o sentimento que deveriam transportar, sei lá… Pelo menos é o que eu sinto, e é de sentimentos que agora quero falar.
Tudo isto não passa de um mero introito para dizer-te o seguinte: foi bom ter-te conhecido! Tocaste o meu coração, e posso dizer-te que isso não é coisa fácil.
E, no entanto, também sinto que muito se ficou pelo que poderia ter sido… Ou talvez não, sabes que possuo uma imaginação delirante e construo constantemente ideias e pensamentos que se revelam totalmente irreais… Parece ser esse o princípio básico de uma imaginação delirante, verdade? Excessiva, intensa, exagerada… Assim é ela (a imaginação!). Assim sou eu!
Sabes, em alguns momentos senti uma química estranha, uma qualquer atração fugaz que me deixou paralisada de medo… O sentimento de rejeição chega a ser avassalador, devastador! É um sentimento tão estranho e limitador, algo que normalmente não faz parte do meu vocabulário, muito menos do meu comportamento… Mas contigo ergui uma cortina espelhada, e ao longo de todo este tempo senti que ambos refletíamos exatamente o mesmo temor, como se estivéssemos sintonizados na mesma frequência...
Estupidamente, deixei o tempo correr, como se o tempo resolvesse todos os males, sanasse todas as feridas… Não te contei os meus medos, as minhas dores… Rendi-me aos poucos momentos que partilhámos, e que sempre adorei, mas sabiam a pouco… Tão pouco, mas tanto… Tornei-me insaciável desses momentos, e isso é algo que não podes permitir, não no teu mundo, lá onde te refugias sozinho… Enquanto eu mergulhava no meu universo, mas não só, que no meu planeta coabitam muitas criaturas, algumas monstruosas, outras doces como o mel, várias absolutamente inofensivas, algumas ingénuas e outras, poucas, ainda sonhadoras…
Sim, somos de planetas diferentes! Mas tocámo-nos por momentos, no coração, lá onde os toques doem mais mas também sabem melhor!

E agora que parto, achei que deveria dizer-te tudo isto! Ou melhor, por isso mesmo, decidi contar-te tudo isto… Cobardia, eu sei… Embora digam que é no amor e na guerra que vale tudo, não é verdade! É nas despedidas! Nas despedidas vale tudo…!

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