Hoje sinto-me... Azul ganga!

Ainda não entrei em saldos... Explico-me: estamos em crise (a perder de vista), não há empregos em Portugal, todos nos debatemos para pagar as nossas contas... 
Mas isso não impede que nos mantenhamos à tona de água, de cabeça erguida e com a solene  intenção de preservar a nossa autoestima, conscientes do nosso real valor e atentos às oportunidades mais adequadas ao nosso perfil.

Quero com isto dizer que não devemos entrar em saldos! Não podemos desvalorizar-nos ao ponto de aceitar salários claramente abaixo do nível/escalão em que estamos posicionados - seja ele de especialização, supervisão, coordenação, direção ou qualquer outro.

A experiência, o conhecimento acumulado e a maturidade profissional valem dinheiro - como tal, devem ser valorizados - se não pelas empresas que nos contratam, pelo menos por nós mesmos. Afinal nós merecemos isso.

E, tal como proclamava um famoso anúncio de outros tempos, 'se eu não gostar de mim, quem gostará?'
A nossa autoestima deve ser preservada a todo o custo - e nós seremos sempre o nosso bem mais precioso. Além de que temos o indelével dever de transmitir essa noção de valor aos nossos filhos, para que também eles possam enfrentar com confiança os desafios que a vida se encarregará de lhes colocar pela frente. É tão somente uma questão de transmissão de princípios e valores ao longo de gerações - algo de que muito se fala na atualidade, mas realmente pouco se faz. Na verdade, o exemplo dado e claramente justificado será certamente a melhor prova de amor de que seremos capazes. 
Ensinar a verdade, a ética e a confiança - sem atalhos - e com a perfeita consciência de que é esse o melhor caminho, eis a nossa obrigação fundamental como pais.

Portanto, quando confrontados com a proposta de um salário claramente desajustado do nosso perfil, perante a possibilidade de nos autodiminuirmos até ao valor proposto, a resposta deverá ser sempre não! 

Ao colocarmo-nos voluntariamente em saldos, abrimos a porta para a seguinte questão: 'se esta pessoa se vende pelo salário mínimo, porque razão deverei pagar-lhe mais do que isso?...'

Esta é a perversidade do sistema! Mas a questão é absolutamente legítima.

E a resposta natural é: por nenhuma razão! 


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