Hoje sinto-me Azul!

Apetece-me dizer simplesmente: não experimentem isto em casa! É que vai acabar mal!
Bem, encravou-se-me uma unha do pé, sim, a do dedo polegar, o maior dos dedos dos pés. Tinha de ser. E eu, uma pessoa cheia de recursos e de boas ideias, logo tratei de a "desencravar". Bolas, é que aquilo dói.
E não é só isso: além de doer, o dedo incha, o pé deixa de caber no sapato, e andar fica difícil...
Voltando à minha história, usei das minhas técnicas consuetudinárias, isto é, pus água a ferver na chaleira, levei a chaleira para a casa de banho, sentei-me comodamente com o pé meio pendurado algures entre o ar e o bidé, e dediquei-me a despejar a água a ferver profusamente sobre o dedo! Aquilo queima mesmo, não sei se sabem. Tive vontade de gritar, mas contive-me, rilhei os dentes e... Atirei-lhe mais água... É claro que o pé tremelicava, tentava (por sua livre recreação) fugir da água escaldante, mas o meu espírito indómito não permitia tal coisa (era o que faltava. Afinal quem é que manda?).
Depois de repetir a operação várias vezes, até (pelo menos isso!) ficar com o dedo todo vermelhão, resolvi que o dedo já estava emocionalmente "preparado" para começar os preparativos de "desencravamento" propriamente dito.
Para o efeito utilizei desta vez um pauzinho de madeira em bisel, que normalmente utilizo para empurrar as cutículas (das unhas das mãos). Mas para fazer o efeito de cunha, a ferramenta servia perfeitamente.
Espetei, portanto, o dito pauzinho pela unha abaixo, mesmo juntinho à zona inflamada, fazendo força para levantar progressivamente a unha ferozmente enterrada na pele... Escusado será dizer que tive vontade de gritar a plenos pulmões enquanto decorria o procedimento, mas afinal eu sou uma mulher, não um rato, e praguejei baixinho e lá prossegui teimosamente... Em seguida derramei uma boa porção de Betadine sobre todo o dedo do pé, acompanhei tudo com uma breve oração no sentido de poder caminhar no dia seguinte, e lá me arrastei para a cama a gemer de mim para mim...
No dia seguinte, surpresa: o dedo estava ainda mais inchado! E doía a valer! E meter o pé no sapato? Uma aventura (e várias pragas rogadas a acompanhar o processo).
Bem, caminhar era afinal ainda mais difícil, mas lá fiz os percursos do costume. Tentei concentrar-me noutras coisas que não o suave latejar do pé em protesto, e o dia lá decorreu pacificamente...
À noite, mais água a ferver, mais pau, mais desencravanço (leia-se "levantamento da unha") e mais Betadine. Resolvi não insistir mais e deixei o pé descansar.
Mais um dia decorrido! À noite reparei que o pé já não doía tanto, mas resolvi olhá-lo com atenção... E foi aí que percebi tudo: o dedo estava todo inchado, de facto estava... Mas já não era por causa da unha, agora perfeita e alegremente desencravada... Não, o dedo estava todo inchado, dolorido, e vermelho, por causa da ENORME BOLHA que eu lhe tinha feito com a água a ferver...
Desatei a rir! Isto só comigo...

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