Hoje sinto-me... Branca
Mateus,
Meu amigo, ontem fui ajudar-te
a limpar a casa e acabei foi por deixar um rasto de destruição à minha
passagem.
Ao entrar em tua
casa, o Sebastião veio alegremente lamber-me as mãos. (Nunca te contei esta parte, mas eu besunto sempre as mãos com um pouco
de mel para obter este tratamento especial. É o nosso segredo… Eu sinto-me
importante por ele não fazer isso a mais ninguém e assim ele nunca me rosna…)
A minha amizade com o
Sebastião é interesseira e até um pouco doentia, mas um pit bull é um pit bull
e tu sabes bem como eu tenho medo de cães. Mas o pior é o Jeremias, que tem uns
ciúmes doentios do Sebastião, e faz-me esperas atrás da porta, atirando-se às
minhas pernas com as duas patas no ar só para me mostrar quem é que realmente manda
ali. Só que desta vez eu desequilibrei-me e, ao tentar agarrar-me a alguma
coisa com as mãos pegajosas, levei as mãos ao jarrão Ming e…
Entretanto o Sebastião,
excitadíssimo, corria de um lado para o outro, arfando ruidosamente enquanto
babava tudo por onde passava. Ao sacudir a baba tocou no candeeiro de cristal
da Boémia, que começou a vacilar e, ao cair, como tinha o fio enrolado atrás da
estante de mogno, arrastou-a ruidosamente consigo… Foi assim que, além do
jarrão Ming e do candeeiro de cristal, todos os objetos de arte que tinhas
sobre a estante se partiram…
Muito satisfeito com
a confusão instalada, o Jeremias saltou para cima da mesa e empurrou
delicadamente a tua caneca da Starbucks para o chão. Foi ele que fez isso, eu
vi. É muito manhoso, esse gato.
Por favor não penses
que fui assolada por um ataque de súbita maldade… Espero que um dia consigas
perdoar-me, beijinho.
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