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A mostrar mensagens de 2013

Hoje sinto-me... Rosa Choque!

E pronto, estamos a chegar àquela altura do ano em que temos de fazer balanços… Balanços de vida, do que correu bem, do que não, do que deveria ter corrido e não correu de todo, do que ficou por fazer, dos planos que afinal não saíram do papel, dos que saíram mas ficaram tortos, enfim… Balanços! Soa-vos familiar, não? Pois… É quando apetece passar uma borracha por tudo e começar de novo… Mas não dá, certo? Quanto a mim, analiso por alto os meus grandes objetivos: 1  -      Viajar (não importa onde – Amadora também conta!); 2  -      Conquistar algo (também não importa muito o quê – vencer um medo, derrubar um obstáculo, arranjar um namorado novo – e sim, nem que seja por um dia, já conta! – alcançar uma meta – ou metazinha – tudo conta; 3  -      Perder peso (ok, aqui há que ser um pouco mais específico – 1 quilo já conta! – vá, tudo que seja acima de 1 quilo); 4  -      Aprender algo (seja lá o que for – desde fazer um workshop de dança do ventre, de culinária, de escr

Hoje sinto-me... Azul Cobalto!

Estava rodeada de velhinhos de olhos fechados… Preparada para esperar, como sempre vou para uma consulta e/ou exame, ali estava eu, qual ilha isolada entre pessoas idosas com problemas reais. Dou  sempre por mim a pensar que eu não tenho problemas reais… Todos têm, menos eu! Os meus problemas são quase sempre produto da minha imaginação delirante, à falta de melhor fonte de preocupações… Mas enfim, tinha sido convocada para fazer o exame… E ali estava eu! Um bocado nervosa, mas presente! Sobretudo porque aquilo envolvia agulhas, picadas, contrastes, desconforto… E eu sozinha, no meio da terceira idade… -         Diga-me uma coisa, tem alguma alergia? – perguntou-me o enfermeiro. -         Sim – respondi – faço alergia a alguns antibióticos, sobretudo que contenham sulfamidas. -         E veio sozinha ou acompanhada? -         Sozinha – respondi, começando a ficar preocupada. -         É que vamos provocar a dilatação da pupila e vai ficar sem ver muito bem… -         B

Hoje sinto-me... Amarela!

Tenho saudades da ideia que tinha de ti… Sim, não posso dizer que tenho saudades tuas… Não é de ti que sinto a falta! Sinto a falta daquele que, na minha imaginação, eras tu… Compus-te na minha cabeça, por isso eras tão perfeito para mim… Pudera, eu só poderia criar alguém que fosse perfeito para mim… Mas nem por sombras te ocorra que pudesses ser tu… Não, claro que não! Tu és indiferente ou, melhor dizendo, eu sou-te indiferente! Porém, para a persona que de ti criei, eu sou um ser absolutamente ideal! Perfeito para ti! Juntos, somos perfeitos! Eu sou suficiente! Não sou muito, não sou pouco, não sobro nem falto, sou apenas isso: suficiente! E é isso que pretendo de uma relação! A ideia que compus de ti também era suficiente, bastava-me! Tu bastavas-me, conforme te criei! Sabes, eu não sei lidar com a rejeição… Bem sei, já era tempo, mas não, nunca aprendi… Não é algo que queira aprender, sequer! Há quem diga que se aprende, mas eu digo-te francamente que não… Não é verdad

Hoje sinto-me... Coral!

Propuseste-me um contrato. Aceitei. Afinal um contrato torna tudo mais claro, mais transparente, o que não significa necessariamente que seja mais fácil de cumprir... Apenas se torna mais fácil de seguir até percebermos exatamente onde estão as falhas... As omissões... As armadilhas... As tais letras pequeninas, microscópicas, invisíveis a olho nu... Mas essas, claro, passam-nos sempre ao lado até... Até percebermos porque razão foram lá postas... E aí, lamento informar, é sempre tarde demais. Irremediavelmente tarde! Bom, mas este era um contrato original! Pelo menos para mim, digo eu, que nunca antes havia passado por tal... Sim, desses, onde o coração não é para lá chamado, onde não há sentimento nem envolvimento espiritual, apenas e estritamente o corpo como instrumento, a componente física da coisa, a técnica pura e dura, como uma dança extremamente perfeita mas sem paixão... Aceitei, sabendo os riscos que corria, tratando-se de um jogo perigoso. Mas eu sabia jogar. Se há algu

Hoje sinto-me... Rosa Choque!

Trago o teu cheiro comigo… Ficou agarrado a mim, entranhado no meu corpo, de tal forma que não consigo apagá-lo. Nem quero, aliás. O que antes me era estranho, agora já identifico. Sabes, precisava desta prova de reconhecimento, de assimilação, para te aceitar. Agora fazes parte de mim. Simplesmente. Sei que é provisório, tudo na vida é temporário... Vivemos vidas a prazo. Mas sabe-me bem cheirar-te quando não estás… E é maravilhoso como o cheiro permanece, fica, perdura colado à nossa imaginação… Permite prolongar sensações, sentimentos, emoções, fantasias e sorrisos, para lá, muito para além, do momento que passou… Porque o cheiro persiste para além da presença física! E tu, que já partiste, deixaste um pouco de ti, numa espécie de carimbo indelével que me marcou para sempre… Agora sinto a tua presença ao sentir o teu perfume! Tocaste-me porque te toquei! Trago-te comigo porque transporto o teu cheiro… Fazes parte de mim! Para sempre!

Hoje sinto-me... Violeta!

Ele ficou ai, a olhar para mim... Toquei-lhe na mão, de alguma forma para o impedir de se aproximar. A proximidade fazia-me confusão... Não lhe reconhecia o cheiro, o sabor, a minha pele não reconhecia a sua... Era um estranho, um estranho que permanecia diante de mim e procurava aproximar-se... Faz-me rir, por favor faz-me rir - supliquei, apavorada. Rir? Queres que te faça rir? Agora? Senti que estaria, possivelmente, a esticar demasiado a corda... A situação não seria certamente para rir... E, no entanto, eu precisava de uma piada, algo que me aliviasse da pressão do pânico que já estava instalado em mim... Queres que me vá embora? - perguntou, com alguma lógica... Eu não devia inspirar grandes sentimentos de índole erótica, não com aquele comportamento... Não - respondi, sentindo-me culpada e horrível. - Por favor, não! Quero que fiques... - e sim, queria... Acho eu... Então, tens de me deixar aproximar! - declarou, avançando para me beijar... Espera, espera... - eu par

Hoje sinto-me... Cinzenta!

Lidar com a rejeição, eis algo em que já deveria ter-me tornado perita, e no entanto regresso  automaticamente à estaca zero quando vislumbro uma sombra de rejeição... Não há sabor mais amargo, facada mais forte na autoestima, dor mais fina e penetrante, uma dor que dilacera o coração e me transporta para um lugar feio, escuro e frio onde eu não quero estar... Onde eu sei que não pertenço, onde não me sinto bem nem feliz... E no entanto, cá estou eu de novo, mergulhada na caverna húmida para onde rastejo sempre que me acontece sentir-me assim... Como se não bastasse, o meu detetor de mentiras insiste em me avisar sempre que há mentira no ar... Às vezes preferia não possuir este sensor amável e frustrante, preferia viver na ignorância, não saber, não entender, não me aperceber sempre que tentam enganar-me... Mas depois penso que se calhar o mundo funciona assim, eu é que não me encaixo... E, claro, quem não se encaixa sobra, fica a mais, não tem parceiros nem estratégia... Assim est

Hoje sinto-me... Laranja Vivo!

Ando a ler Martha Medeiros! Gosto dela, identifico-me com muitas das situações que relata nas suas crónicas, revejo-me naquela forma de escrita… Sem sombra de petulância, considero a Martha Medeiros uma espécie de meu alter-ego… Sim, tenho a certeza que as suas crónicas já lhe terão trazido alguns sarilhos, pronto, também não vamos dramatizar e chamar problemas à coisa… Mas digamos que, ao expressar a nossa opinião, estamos a expor-nos, correndo o risco de haver quem não goste/não concorde/odeie/não aceite/repudie/rejeite/despreze, etc. Na verdade, é sempre impossível agradar a gregos e a troianos, há que dizê-lo com toda a frontalidade! Posto isto, é válido que haja opiniões contraditórias e discordantes. As pessoas são diferentes, têm pontos de vista diferentes, perspetivas diferentes, e é por isso mesmo que uns amam o que outros odeiam. Ao ler a Martha sentimos (ok, eu sinto!) que ela se desnuda na nossa frente, sem falsos pudores. Acontece o mesmo comigo, e penso que é a

Hoje sinto-me... Verde Alface!

A primavera atacou-me em força! Sim, foi em força, porque me apetece revolucionar quase tudo em casa… A começar pelos roupeiros, gavetas, tralhas, móveis, enfim! Estou em modo de “Primavera”! Apetece-me deitar lixo fora, sendo que a palavra ‘lixo’ engloba imensas coisas, muitas delas longe de ser lixo, mas costumo apelidar de ‘lixo’ tudo o que não uso ou está a mais… Os últimos fins-de-semana têm sido passados a procurar ‘coisas’ para dar, deitar fora, reciclar, separar, arrumar, simplificar, melhorar… Sim, melhorar a minha qualidade de vida, o meu espaço vital, a minha casa, a minha forma de estar… Facilitar, descomplicar, reduzir são as novas palavras de ordem na minha vida! E, ao mesmo tempo, apetece-me embelezar, tornar tudo à minha volta mais bonito e apresentável! Less is more, of course ! Investir em flores, adoro sardinheiras nas floreiras, cheias de cor, a relembrar que, enfim, o inverno já lá vai… Apesar de alguns percalços pelo caminho, será justo dizê-lo, porque

Hoje sinto-me... Caqui!

É impressionante o investimento que faz um homem interessado numa mulher… E não me refiro, obviamente, a dinheiro, até porque isso nem interessa assim tanto, pelo menos não tanto como à partida se possa imaginar! Refiro-me ao cuidado, atenção e delicadeza com que rodeiam o alvo da sua atenção (ok, poderão ser vários alvos em simultâneo, até concedo essa de borla!). É impossível ignorar a diferença de tratamento, os sinais, os tais famosos sinais que se propagam aos quatro ventos como se estivessem pintados de laranja fluorescente e com luzinhas a acender e a apagar! O problema é se a mulher não está interessada! Ah pois é, há uma (ínfima) probabilidade de que isso venha a acontecer, e aí é que são elas… Então é vê-lo (ao homem) a cercar o alvo, e é vê-la (à mulher) a fugir a sete pés… Que é como quem diz, a arranjar desculpas, umas atrás das outras, para escapar ao encontro marcado… Mas o inverso, senhores, o inverso também é triste de se observar… Uma mulher interessada num